O transplante de órgãos é um procedimento médico que ajuda a salvar a vida de pessoas que apresentam complicação ou limitação de alguma função orgânica. Podem ser transplantados órgãos como o coração, os rins, fígado, córneas, entre outros.
Transplante de Útero
Mas você sabia que também existe o transplante de útero? Essa é uma cirurgia que já acontece nos Estados Unidos e também na Turquia, porém, ainda era novidade na América Latina, o que inclui o Brasil.
Porém, em 2016 foi realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) o primeiro transplante de útero da América Latina, em uma mulher de 28 anos de idade.
A diferença dessa cirurgia realizada no Brasil para aquelas feitas nos outros dois países, é que por aqui foi utilizado o órgão de uma mulher que já havia falecido, enquanto nos outros casos a doadora era viva.
Vantagens do doador com óbito
A vantagem de utilizar-se uma doadora diagnosticada com óbito é que não arrisca-se a vida e saúde de uma mulher ainda viva para que outra possa realizar o sonho de ser mãe. Sim, porque o órgão transplantado mantém suas funções.
A prova disso é que em dezembro de 2017 a mulher que recebeu o transplante gerou o seu primeiro filho. Ela possuía a síndrome de Rokitansky, ou seja, havia nascido sem o útero. E para ter o seu primeiro filho foi realizada uma fertilização in vitro, para garantir que o casal teria embriões saudáveis.
Foram utilizados os materiais dela e de seu marido para a fertilização, então, os embriões ficaram aguardando até o término do transplante e a recuperação da mulher para serem implantados no útero.
A Gestação
A gestação correu sem complicações e foi acompanhada pelos médicos e pesquisadores de perto. Com 36 semanas o parto por cesariana aconteceu e o bebê nasceu saudável. Esse tempo é média gestacional para mulheres com úteros transplantados. Porém, após o parto é feita também a retirada do útero transplantado, em função do tratamento de imunossupressão.
Esse transplante e gravidez são casos únicos no mundo, resultantes do estudo que integra o projeto de pesquisa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e com apoio do Hospital das Clínicas.
Todo o processo teve a aprovação do comitê de ética em pesquisas e passou por testes anteriores em animais e cadáveres. Outras duas mulheres também participaram do estudo, porém, elas não tiveram sucesso com suas gestações.
Por isso esse caso é tão importante. Além de ser o primeiro transplante de útero da América Latina, o órgão partiu de doadora falecida e ainda foi possível concretizar uma gestação.
Esse é começo de novos passos para mais alternativas de possibilitar que casais realizem o sonho de ter um filho, mesmo que a mulher não possua o útero.
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