Oferecida pelo Instituto de Saúde da Comunidade daUniversidade Federal Fluminense (ISC-UFF), a disciplina Trabalho de Campo Supervisionado I (TCS I), obrigatória para alunos do primeiro ano do curso de Medicina da UFF, se constrói na busca da diversificação de cenários de ensino-aprendizagem a partir das seguintes articulações: com a disciplina Saúde, População e Cultura (Saúde e Sociedade I e Epidemiologia I), com o campo de prática das profissões da área da saúde e com o desafio de tecer uma rede de saberes centrados na integração aprendizagem-extensão-pesquisa.
Seus principais objetivos são refletir sobre práticas médicas em suas dimensões socioculturais, discutir o papel e a responsabilidade ética dos profissionais de saúde e articular sua compreensão teórica com a prática em diversos cenários de aprendizagem. A ementa da disciplina consiste na caracterização qualitativa e quantitativa do cenário ambiental, populacional e psicosocial nos níveis local e municipal, na experiência com trabalhos de grupos e na identificação de grupos, seu papel e tipos de vínculos.
A disciplina é organizada em diversos grupos, dentre os quais, no primeiro período, há um com enfoque no tema das Racionalidades Médicas. Nele, faz-se uma abordagem prático-conceitual das três racionalidades médicas escolhidas para estudo – biomedicina, medicina chinesa e homeopatia. A proposta central é mostrar como cada modelo médico foi construído e como se trabalha com aquele modelo. Inicia-se então uma discussão em sala de aula de cada racionalidade médica em questão, a partir da leitura de textos e de outras dinâmicas associadas (filmes, debates, dramatizações, etc.). São programadas então visitas à instituições de saúde e de ensino relacionadas com as três racionalidades estudadas e a observação dos atendimentos é orientada por um roteiro, elaborado em conjunto com os alunos, com foco nas seguintes questões: impressões sobre o ambiente; relação médico-paciente; articulação da anamnese com os conceitos de illness e disease; observações dos sentimentos do observador.
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